A História do Berrante: Tradição Sertaneja que Ecoa Há Séculos
O berrante é um instrumento musical rústico, feito de chifres, criado pelos tropeiros há mais de 300 anos. Seu som marcante era usado para dar ordem ao gado nas longas jornadas pelas estradas do Brasil colônia.
Com o passar dos anos, o berrante tornou-se símbolo da cultura sertaneja brasileira, aparecendo em músicas como "Berrante da Saudade" de Peão Carreiro e Zé Paulo. Acompanhe e descubra mais sobre a história do berrante.
Origem: a história do berrante e os tropeiros
Os tropeiros foram figuras importantes entre os séculos XVI e XIX, principalmente em regiões como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Eles comercializavam gado e cavalos, enfrentando estradas rústicas e perigosas.
Para organizar os animais e garantir a segurança, o som do berrante era essencial. Além disso, servia como forma de comunicação e até de entretenimento entre os condutores.
O significado de "sertanejo"
Originalmente, todo aquele que vivia no interior era chamado de sertanejo. Hoje, o termo é fortemente ligado à cultura nordestina e ao modo de vida rural, marcado por coragem e resistência.
Como é fabricado um berrante?
O berrante é construído com chifres de boi - especialmente de raças com chifres longos, que chegam a 1,5 metros. Os chifres são cortados, moldados e unidos em curvas suaves com acabamento artesanal, muitas vezes com anéis de prata.
Além de utilitário, o instrumento se tornou objeto de decoração e é presença garantida em festas tradicionais sertanejas.
Tipos de toques do berrante
Cada toque no berrante tem um significado. Veja os principais:
- Toque de solta: acorda e mobiliza o gado.
- Estradão: mantém o rebanho unido nas estradas.
- Rebatedouro: sinaliza obstáculos ou reforços necessários.
- Queimar alho: tradicional nas comitivas; indica hora da refeição.
- Floreio: demonstração de habilidade do berranteiro.
O berrante na cultura atual
Hoje, o berrante é presença marcante em eventos como as Festas do Peão e manifestações culturais sertanejas. É símbolo de identidade para muitos brasileiros.
Um grande defensor dessa tradição é Zé Capeta, nome artístico de José Bento Tavares Neto, de Goiás. Com mais de 58 anos de dedicação, ele ajudou a popularizar o instrumento na novela "A História de Ana Raio e Zé Trovão".
Conclusão
O som do berrante carrega memórias, tradições e a força do povo do campo. Um símbolo que ecoa pela história do Brasil rural, mantendo viva a alma sertaneja.
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